quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Emprego - a luta por um lugar ao sol.


Existem dois dados fundamentais a respeito das mudanças ocorridas no mundo do emprego no Brasil. O primeiro é que a taxa de escolaridade média de quem está empregado subiu muito – e isso exige do candidato a uma vaga que estudem mais. O outro dado igualmente importante é que subiu também a taxa de escolaridade dos desempregados. Sabe o que isso significa? Que estudar apenas 5 anos não garante emprego a ninguém.
Até o começo dos anos 90, a escolaridade não era condição fundamental para se arranjar um emprego. Praticamente um terço dos operários da construção civil e das montadoras de automóveis não tinha sequer o ensino fundamental, e isso jamais representou impedimento.
Entretanto, quando as fronteiras se abriram para a concorrência estrangeira, o país viu-se obrigado a encarar uma nova realidade: enquanto as montadoras européias precisavam de dez operários para fazer um carro, o Brasil empregava vinte. Na industria de alimentos a situação era pior. Para realizar o trabalho de um operário americano eram necessários cinco brasileiros.
Para sobreviver num mundo globalizado e competitivo, as empresas foram forçadas a se submeter a uma reestruturação brutal. Estima-se que 2 milhões de postos de trabalho tenham sido fechado na ultima década. Só na industria automobilística e no setor financeiro desapareceram 800 mil vagas.
Nas grandes companhias, a concorrência por um lugar como estagiário se mostra muito mais acirrada que um vestibular de medicina. Existem até 1 mil candidatos por vaga nas grandes empresas.

(Veja Especial, maio 2002)

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