segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Alguns Documentarios sobre Historia

http://www.badongo.net/file/767192 - Aníbal o Cartagines

http://www.badongo.com/pt/file/767193 - As Escrituras da Biblia

http://www.badongo.net/file/835769 - Os planos nucleares da Alemanha nazista.

http://www.badongo.net/file/835773 - A Historia de Deus - Verdade ou Mito.

http://www.badongo.com/pt/file/836119 - Cartago, o Holocausto Romano.

http://www.badongo.com/pt/file/836124 - Gengis Kanh - O maior mongol.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Realidade escolar?

Hoje foi o meu primeiro dia de estágio nas escolas. Confesso que saí de lá desiludido, não sei se com o professor ou com o sistema educacional do nosso país.
Chegando na classe de aula o docente me recebeu muito bem e foi logo avisando “olha essa classe é terrível”, como que se desculpando do que eu iria presenciar. Adentrei a classe de aula, o filósofo (a aula era de Filosofia) demorou exatos 25 minutos para iniciar sua aula, pois bem, aula começada, o filosofo passou a escrever um texto curto, com uma letra displicente e aparente má vontade, demonstrando para mim uma total falta de comprometimento com os alunos, deixando eles sem direção, totalmente perdidos. No final da aula, o professor veio a minha direção e falando de sua formação com orgulho (como que sua formação o autorizasse a fazer o que ele estava fazendo) tentando me impressionar, mas eu fiquei calado, deu vontade de falar o meu pensamento naquele momento, mas me contive, acatando assim as determinações do manual do estagiário, o pior de tudo isso foi a crítica do mesmo referente á seus alunos, ele começou a difama-los dizendo que é impossível ensinar filosofia á esses ‘topeiras’ e como um pessoal destinado a ‘carpir’ vai filosofar alguma coisa. Fiquei pasmado com tal declaração e fiquei pensando comigo ‘devo estar num lugar errado”. Acabou-se a primeira aula e os alunos saíram sem saber quem foi Pitágoras .
Entra a segunda turma, o mesmo esquema acontece, o professor demora cerca de 15 a 20 minutos para começar a aula e aproveita o conteúdo da lousa (já escrito na aula passada) e manda seus alunos copiarem. Dada a ordem, ele se aproxima até a mim e diz: “esta turma é um pouco melhor, depois que eles copiarem vou explicar o tema”aí me perguntei – com qual direito o professor tem de discriminar uma turma da outra? Cadê o compromisso do docente que tanto se fala nas aulas da Luciene e nos livros do digníssimo Libanêo? Fiquei perplexo. A aula transcorreu com uma grande bagunça generalizada e o professor impotente perante a sala. Certo momento, ele fala para classe que irá passar visto no caderno e ficou claro neste momento que este é o único recurso de coerção que ele tem sobre os alunos, mas mesmo assim quase ninguém copia.
Fim da aula. Todos saem da mesma forma que entraram: sem conhecimento de filosofia. O professor veio na minha direção perguntado se eu iria continuar com ele na próxima aula, pergunta esta respondida negativamente. Não tinha como eu ficar, me senti frustrado. Impotente. Desiludido. E para o desfecho sensacional, o filosofo me faz uma proposta indecente, ele vira-se pra mim e propõe: “Viu não precisa vir não, se você quiser eu assino as aulas pra você” Depois dessa proposta, pensei:
- será isso mesmo a realidade do nosso ensino? Ou foi apenas duas aulas que não serviriam para um parâmetro do nosso ensino? Num sei, mas ficou em mim um senso positivo de que eu posso colaborar, fazer minha parte para que o ensino possa realmente valer a pena.
A partir de hoje, concluí que certas aulas de estagio servirão apenas de parâmetro do que eu não posso fazer em uma sala de aula, enquanto professor.
Ilusão ou realidade do ensino? Somente através da minha formação e competência poderei obter resposta a esta questão. Tomara que seja ilusão. Que o docente domine a sala de aula com conteúdos e principalmente tendo um compromisso político e social com cada aluno, tornando o aluno consciente do meio em que ele vive.

95 Teses de Lutero

1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.

2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).

3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.

4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.

7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.

8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.

15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.

17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.

18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.

19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.
20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.

23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.

24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.

25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.

30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.

31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.

32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.

33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.

34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.

35. Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.

36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.

37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.

38. Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.

39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.

40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.

41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.

42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.

43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.

44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.

45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.

46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.

47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.

48. Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.

49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.

50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.

52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.

53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.

54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.

55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.

57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.

58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.

59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.

60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.

61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.

64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.

65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.

68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.

69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.

70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.

71. Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.

73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências.

74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.

75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.

77. A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.

78. Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.

79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.

80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.

81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.

82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?

83. Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?

84. Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?

85. Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?

86. Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

87. Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?

88. Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?

89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?

90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!

93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!

94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;

95. e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

Teses pregada no Catedral de Wittenberg em 1517.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A ETICA PROTESTANTE E O ESPIRITO DO CAPITALISMO (MAX WEBER)

A ética protestante e o espírito do capitalismo (em alemão Die protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus) é um livro de Max Weber, um economista e sociólogo alemão. Escrito entre 1904 e 1905 como uma série de ensaios foram, mais tarde em 1920 ano de sua morte, complementados pelo autor e publicados em livro. No qual ele investiga as razões do capitalismo se haver desenvolvido inicialmente em países como a Inglaterra ou a Alemanha, concluindo que isso se deve à mundividência e hábitos de vida instigados ali pelo Protestantismo.
É argumentado frequentemente que esta obra não deverá ser vista como um estudo detalhado do protestantismo, mas antes como uma introdução às suas obras posteriores, especialmente no que respeita aos seus estudos da interação de ideias religiosas com comportamento económico.
Em Ética protestante e o espírito do Capitalismo, Weber avança a tese de que a ética e as ideias Puritanas influenciaram o desenvolvimento do
Capitalismo. Tradicionalmente, na Igreja Católica Romana, a devoção religiosa estava normalmente acompanhada da rejeição dos assuntos mundanos, incluindo a ocupação económica. Porque não foi o caso com o Protestantismo? Weber aborda este paradoxo nesta obra.
Ele define o espírito do capitalismo como as ideias e hábitos que favorecem, de forma ética, a procura racional de ganho económico. Weber afirma que tal espírito não é limitado à cultura ocidental mas que indivíduos noutras culturas não tinham podido por si só estabelecer a nova ordem económica do capitalismo. Como ele escreve no seu ensaio: "Por forma a que uma forma de vida bem adaptada às peculiaridades do capitalismo possa predominar sobre outras (formas de organização), ela tinha de ter origem algures, e não pela acção de indivíduos isolados mas como uma forma de vida comum aos grupos de homens".
Após definir o espírito do capitalismo, Weber argumenta que há varios motivos para procurar as suas origens nas ideias religiosas da
Reforma Protestante. Muitos observadores como Petty, Montesquieu, Buckle, Keats e outros tinham já comentado a afinidade entre o protestantismo e o desenvolvimento do espírito comercial.
Weber mostrou que certos tipos de Protestantismo (em especial o
Calvinismo) favoreciam o comportamento económico racional e que a vida terrena (em contraste com a vida "eterna") recebeu um significado espiritual e moral positivo. O Calvinismo trouxe a ideia de que as habilidades humanas (música, comércio etc.) deveriam ser percebidas como dádiva divina e por isso incentivadas. Este resultado não era o fim daquelas ideias religiosas, mas antes um subproduto ("byproduct") ou efeito lateral. A lógica inerente destas novas doutrinas teológicas e as deduções que se lhe podem retirar, quer directa ou indirectamente, encorajam o planejamento e a abnegação ascética em prol do ganho económico.
Deve-se notar que Weber afirmou que apesar de as ideias religiosas Puritanas terem tido um grande impacto no desenvolvimento da ordem económica na Europa e nos Estados Unidos (hoje podemos até dizer no Sul do
Brasil), eles não foram o único factor responsável pelo desenvolvimento. Outros factores, relacionados, são por exemplo o racionalismo na ciência, a mescla da observação com a matemática, a jurisprudência, sistematização rational da administração governativa e o empreendimento económico.
Em conclusão, o estudo da Ética protestante, de acordo com Weber, explorava meramente uma fase da emancipação da magia, o desencanto do mundo, uma característica que Weber considerava como uma peculiaridade que distingue a cultura ocidental.
Weber afirmou ter deixado a pesquisa do Protestantismo porque o seu colega
Ernst Troeltsch, um teólogo profissional, tinha iniciado o trabalho no livro "Os ensinamentos sociais das igrejas e seitas cristãs". Outra razão para a decisão de Weber foi que este ensaio providenciava uma perspectiva para a comparação mais larga de religiões e sociedades, que ele continuou em suas obras posteriores (estudos da religião na China, Índia, Judaísmo).
A obra é considerada por muitos intelectuais contemporâneos como o livro do século, nesta obra seu autor, o sociólogo alemão Max Weber, versa em seu corpo sobre a cultura de frugalidade propagada pela ideologia da Igreja Católica da época, e que foi reproduzida no Brasil desde o descobrimento, em oposição à valorização da santificação da vida diária pregada especialmente pelos protestantes da doutrina Calvinista. Da análise de seu texto se evidência a correlação com a temática abordada por Emile Durkheim, a temática religiosa, contudo devido a análise de suas peculiaridades, a obra de Weber se distância da obra de Durkheim, principalmente devido a peculiar realidade vivida pela sociedade alemã do século XIX e da defesa do autor sobre a importância do papel da política na vida social, sendo esta realizada através de uma burocracia eficiente e controlada pela democracia, condição que justifica a origem de um sistema legal voltado para o capitalismo. O livro “A ética protestante e o Espírito do Capitalismo”, se origina da união de dois longos artigos publicados pelo autor nos anos de 1904 e 1905, sendo que no artigo intitulado “Espírito do Capitalismo”, o autor retrata suas observações quanto ao fato de em sua maioria, os homens de negocio, os grandes capitalistas, os operários de alto nível e o pessoal especializado do período pertencerem a religião protestante (Calvinista), e através do isolamento de suas características em comum e estabelece um “tipo ideal de conduta religiosa”, que consiste na elaboração limite de algo, vazio a realidade concreta. Com a publicação da Ética Protestante, o criador da obra literária expõe suas observações visando explicar a existência de algo em quem professa o protestantismo, em particular a doutrina protestante de linha Calvinista, que se distingue por santificar a vida diária em contraposição à contemplação do divino, condição que favorece o espírito capitalista moderno, notoriamente o alemão, ou seja, o autor busca idealizar, identificar, o tipo ideal de conduta religiosa, em oposição ao conceito pregado pela Igreja Católica, que na época por meio do conceito da piedade popular católica e da espera da recompensa na vida após a morte; e a mensagem protestante de linha Luterana, que acredita que o homem já nasce predestinado a salvação, condutas que repugnavam a obtenção do lucro e que deste modo iam de encontro ao ideal burguês. Max Weber defende o estabelecimento de um raciocínio lógico capitalista, que o mesmo denomina racionalismo; sendo esta leitura realizada através da comparação da Alemanha do período com outros países civilizados do planeta em condição de desenvolvimento semelhante, ou seja, com existência do capitalismo e de empresas capitalistas, sendo identificado na primeira uma estrutura social, política e ideológica impar, que pode ser ditar como a condição ideal para o surgimento do capitalismo moderno, que defende a paixão pelo lucro como demonstração de prosperidade, fé e salvação. Neste contexto o autor expõe através do emprego do método e da pesquisa científica uma das várias facetas do capitalismo, o capitalismo ocidental, apresentando em sua obra científica como as principais características do Sistema Capitalista a organização capitalista racional do trabalho livre, a separação dos negócios da moradia da família e a implementação da contabilidade racional; da qual se origina a classe burguesa ocidental ligada estreitamente à divisão do trabalho.


Eis o link do livro - http://www.esnips.com/doc/60163e54-d6ae-4593-b987-f163bdf939ae/Ética-Protestante-e-o-Espírito-do-Capitalismo---Max-Weber

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Analfabeto Politico.

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

Nada é impossível de mudar.
Desconfiai do mais trivial, na aparência singela. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Privatizado.
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.

É da empresa privada e seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só a humanidade pertence.

Bertolt Brecht.

Emprego - a luta por um lugar ao sol.


Existem dois dados fundamentais a respeito das mudanças ocorridas no mundo do emprego no Brasil. O primeiro é que a taxa de escolaridade média de quem está empregado subiu muito – e isso exige do candidato a uma vaga que estudem mais. O outro dado igualmente importante é que subiu também a taxa de escolaridade dos desempregados. Sabe o que isso significa? Que estudar apenas 5 anos não garante emprego a ninguém.
Até o começo dos anos 90, a escolaridade não era condição fundamental para se arranjar um emprego. Praticamente um terço dos operários da construção civil e das montadoras de automóveis não tinha sequer o ensino fundamental, e isso jamais representou impedimento.
Entretanto, quando as fronteiras se abriram para a concorrência estrangeira, o país viu-se obrigado a encarar uma nova realidade: enquanto as montadoras européias precisavam de dez operários para fazer um carro, o Brasil empregava vinte. Na industria de alimentos a situação era pior. Para realizar o trabalho de um operário americano eram necessários cinco brasileiros.
Para sobreviver num mundo globalizado e competitivo, as empresas foram forçadas a se submeter a uma reestruturação brutal. Estima-se que 2 milhões de postos de trabalho tenham sido fechado na ultima década. Só na industria automobilística e no setor financeiro desapareceram 800 mil vagas.
Nas grandes companhias, a concorrência por um lugar como estagiário se mostra muito mais acirrada que um vestibular de medicina. Existem até 1 mil candidatos por vaga nas grandes empresas.

(Veja Especial, maio 2002)